segunda-feira, 5 de março de 2012

Na Beira do Mar



Sento-me na pedra fria do porto
Lanço meu olhar no horizonte...
Ao longe o grito triste do navio que parte,
No cais, a angústia de quem fica.
O vento do verão sopra no meu rosto,
Ele seca uma lágrima de saudade
Varre o resquício de alegria.
Fica ao longe o cheiro da maresia...
Na distância vejo ainda uma possibilidade
De você aportar na minha realidade.
Dona de meus mares e embarcações,
Senhora dos meus presságios,
Fazedora de minhas canções.
Agora o dia fez-se noite,
O vento tornou-se açoite
Da minha ilusão e da minha espera.
Na mesma pedra fria,
No porto de ilusões,
No desvario do coração.
Muito longe a lua derrama-se sobre o mar
Inundando a água com sua luz,
Que cada reflexo ao seu olhar me conduz.
A noite transformou-se em dia,
Ainda vivo a minha agonia.
Na mesma pedra fria
Do porto de ilusão.
Às vezes a vejo em uma jangada,
Chegando magistralmente
Como a romper a madrugada.
Com sua pele alva,
Com seus cabelos negros,
A confundir os homens do porto
Com as sereias dos seus sonhos.
Mas você não vem...
Vou sempre voltar ao porto
Sentarei na mesma pedra fria
Viverei sempre a agonia
Da saudade e da espera no durar do dia.
Da agonia e do vento como açoite,
No chegar da noite...

2 comentários:

  1. Marcelo,

    Fico feliz por você está de volta, esse portal nos da a oportunidade de conhecer e desfrutar mais um pouco dos tantos talentos que compõe sua existência.

    Abraço do amigo Gleidson.

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  2. Meu caro amigo, esse seu comentário recheado de inspiração e bondade, é de fato, um grande estímulo. Muito obrigado pelo seu carinho!

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